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Após um tempo,
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeça levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm uma forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.
Jorge Luís Borges (Poeta Argentino, 1890-1986)
Tradução de Luís Eusébio
Lido em aqui-ou-na-lua, infelizmente um Blog privado, mas fica a referência...
[2009/08/28]
28 de agosto de 2009 às 13:22 �
e, e, e, e....
A vida é dura!
28 de agosto de 2009 às 13:28 �
E, e, e... meu amigo... estamos sempre a aprender com a "dureza" da vida :)
Beijo, Roderick
28 de agosto de 2009 às 14:43 �
O poema é magnífico e tão verdadeiro...
Mas eu queria aqui comentar a questão dos blogs privados: respeito os seus autores, mas não concordo com eles; para mim, um blog é uma necessidade de comunicação e de partilha, e que um blog privado, em parte ou totalmente contraria.
E depois há a "dificuldade" acrescida de os mesmos não poderem ser listados no Google Reader, pelo que muitas vezes caem no esquecimento; eu sigo 3 ou 4, mas confesso que só lá vou quando me lembro e tenho tempo...
Beijinho.
28 de agosto de 2009 às 18:53 �
Um dos meus poetas preferidos....
Beijinho
28 de agosto de 2009 às 21:33 �
Pinguim,
Quanto ao poema, nada mais a dizer, é sublime.
Quanto à questão dos blogs privados, foi-me explicado o porquê por email mas também me foi dito estar em consideração um reabrir ao público em geral. Eu posso considerar-me uma sortuda porque fui convidada por engano, mas convidada a permanecer apesar disso. Gostei do que vi e por isso lá voltarei.
Sabes, eu como não sigo muitos blogs não passo pelos mesmos problemas que tu ;)
Beijokas.
PS. Sabes, tenho tido muitas dificuldades em ir ao teu blog porque me pára tudo, caí a net, etc... mas eu volto ;)
28 de agosto de 2009 às 21:34 �
Magnolia,
Não conhecia mas fiquei encantada com este poema e por isso vou tentar conhecer mais...
Beijo
28 de agosto de 2009 às 22:06 �
O Cúmplice
Crucificam-me e eu tenho de ser a cruz e os pregos.
Estendem-me a taça e eu tenho de ser a cicuta.
Enganam-me e eu tenho de ser a mentira.
Incendeiam-me e eu tenho de ser o inferno.
Tenho de louvar e de agradecer cada instante do tempo.
O meu alimento é todas as coisas.
O peso exacto do universo, a humilhação, o júbilo.
Tenho de justificar o que me fere.
Não importa a minha felicidade ou infelicidade.
Sou o poeta.
Jorge Luis Borges
De presente... Natacha
28 de agosto de 2009 às 22:26 �
Magnolia,
Adorei, muito obrigada mesmo!!!
beijo grande