Após um tempo,
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeça levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm uma forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.

Jorge Luís Borges (Poeta Argentino, 1890-1986)
Tradução de Luís Eusébio

Lido em aqui-ou-na-lua, infelizmente um Blog privado, mas fica a referência...

[2009/08/28]

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8 Responses to "Sempre a aprender"

  1. Conversa Inútil de Roderick Says:

    e, e, e, e....
    A vida é dura!

  2. Unknown Says:

    E, e, e... meu amigo... estamos sempre a aprender com a "dureza" da vida :)

    Beijo, Roderick

  3. João Roque Says:

    O poema é magnífico e tão verdadeiro...
    Mas eu queria aqui comentar a questão dos blogs privados: respeito os seus autores, mas não concordo com eles; para mim, um blog é uma necessidade de comunicação e de partilha, e que um blog privado, em parte ou totalmente contraria.
    E depois há a "dificuldade" acrescida de os mesmos não poderem ser listados no Google Reader, pelo que muitas vezes caem no esquecimento; eu sigo 3 ou 4, mas confesso que só lá vou quando me lembro e tenho tempo...
    Beijinho.

  4. ana p Says:

    Um dos meus poetas preferidos....
    Beijinho

  5. Unknown Says:

    Pinguim,

    Quanto ao poema, nada mais a dizer, é sublime.
    Quanto à questão dos blogs privados, foi-me explicado o porquê por email mas também me foi dito estar em consideração um reabrir ao público em geral. Eu posso considerar-me uma sortuda porque fui convidada por engano, mas convidada a permanecer apesar disso. Gostei do que vi e por isso lá voltarei.
    Sabes, eu como não sigo muitos blogs não passo pelos mesmos problemas que tu ;)

    Beijokas.

    PS. Sabes, tenho tido muitas dificuldades em ir ao teu blog porque me pára tudo, caí a net, etc... mas eu volto ;)

  6. Unknown Says:

    Magnolia,

    Não conhecia mas fiquei encantada com este poema e por isso vou tentar conhecer mais...

    Beijo

  7. ana p Says:

    O Cúmplice

    Crucificam-me e eu tenho de ser a cruz e os pregos.
    Estendem-me a taça e eu tenho de ser a cicuta.
    Enganam-me e eu tenho de ser a mentira.
    Incendeiam-me e eu tenho de ser o inferno.
    Tenho de louvar e de agradecer cada instante do tempo.
    O meu alimento é todas as coisas.
    O peso exacto do universo, a humilhação, o júbilo.
    Tenho de justificar o que me fere.
    Não importa a minha felicidade ou infelicidade.
    Sou o poeta.
    Jorge Luis Borges

    De presente... Natacha

  8. Unknown Says:

    Magnolia,

    Adorei, muito obrigada mesmo!!!

    beijo grande

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