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Pedro Abrunhosa - Deixas em mim tanto de ti
Há momentos em que me sinto um campo magnético que atraí perversamente a dor a si mesmo.
E em outros momentos sinto apenas que sou um refúgio onde a dor se abriga, se acalma e se reverte.
Hoje albergam-se outras dores em mim, no peito, e nem são dores de alma. Melhor assim, estas não doem tanto assim e não terão, porque eu não consentirei, uma consequência tão devastadora como as outras.
Reinventei-me e não sei se alguém o percebeu, ou sequer que alguém se interessa por isso. Eu sei, que se tu soubesses terias orgulho no meu caminho. Não sei onde ele me leva e nem me interessa, se não me leva a ti, sigo apenas, na busca pelo avesso da dor.
Os rasgos de dor que me arrebatam o corpo não são mais que reflexos d'alma, abanam-me, deixam-me desconcertada, brincam com as minhas convicções, com as minhas determinações. A outra dor não deixo que me possua, simplesmente não permitirei. Afinal, sou o que sinto e sinto muito o que sou.
Todos os dias encaro as minhas dores de frente, com o respeito que me merecem cada uma delas, alojadas no meu peito, abrangentes, espaçosas, provocadoras. E todos os dias me rio um pouco delas, da sua altivez, da sua pouca vergonha. Vivemos assim nesta estranha e complexa cumplicidade, como três corpos ocupando um mesmo espaço, um espaço que antes era apenas meu e de ti.
Os rasgos de dor que me arrebatam o corpo não são mais que reflexos d'alma, abanam-me, deixam-me desconcertada, brincam com as minhas convicções, com as minhas determinações. A outra dor não deixo que me possua, simplesmente não permitirei. Afinal, sou o que sinto e sinto muito o que sou.
Todos os dias encaro as minhas dores de frente, com o respeito que me merecem cada uma delas, alojadas no meu peito, abrangentes, espaçosas, provocadoras. E todos os dias me rio um pouco delas, da sua altivez, da sua pouca vergonha. Vivemos assim nesta estranha e complexa cumplicidade, como três corpos ocupando um mesmo espaço, um espaço que antes era apenas meu e de ti.
Trago-te colado ao lado esquerdo do peito, da mesma forma como aquela outra dor se pegou ao lado direito do meu peito.
E pelos dois lados do meu peito, lutarei até ao limite das minhas forças e contra todas as adversidades. Eu, o meu sorriso, as minhas lágrimas mas, essencialmente, o Amor que tenho em mim...
Até já...
[2012/01/21]
21 de janeiro de 2012 às 01:06 �
E hás-de encontrar esse tal avesso da dor...gostei muito
beijinhos
21 de janeiro de 2012 às 12:45 �
Encontro-o em momentos, muitos momentos, mas foge-me sempre, T ;)
Beijo grande
21 de janeiro de 2012 às 21:05 �
Só pela música já estava fantástico, mas realmente, é um momento de introspeção muito bem passado para o papel... :)
Abraço,
Daniela Leal
22 de janeiro de 2012 às 18:55 �
Lindo, aliás como sempre. Muito bem escrito, Natacha. Adorei.
Abraço para ti.
22 de janeiro de 2012 às 23:56 �
Daniela,
Obrigada pela tua tatuagem, sejas muito bem vinda aqui :)
Beijo
22 de janeiro de 2012 às 23:57 �
Obrigada, querida Ónix, tens sempre uma palavra simpática que me fica tatuada na alma... muito obrigada!
Beijo