Um olhar trocado na cumplicidade, alheio a tudo o mais ,
invisível ao olhar de todos os que nos rodeiam...
Uma mão que se envolve naturalmente noutra mão,
ausente de obrigação, uma carícia...
O sorriso que se esboça sem querer, só pela presença,
indiferente a todas as ausências...
O abraço que nasce do amor e da ansiedade,
que não precisa de chão, que plana de intensidade...
Contemplar o Céu, as estrelas, numa noite como esta,
ao teu lado, sem passado ou futuro, apenas o presente...
Ouvir-te, atenta, na arte que tens de ser um contador de histórias,
e inchar por dentro de orgulho de ti...
Rir como se não houvesse amanhã, junto contigo,
poucas coisas serão tão gratificantes...
Chorar contigo, por ti... sem ti, mas tu comigo,
sem vergonha, ou falsos orgulhos...
Partilhar, um momento, vários momentos,
um grito, uma canção,
partilhar até um pouco da solidão...
E esperar... esperar... simplesmente esperar,
numa espera sem retorno,
numa esperança sem fim,
que estas "pequenas" mas tão grandes coisas,
um dia também virão para mim...