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(...) Desisto!
P.S. Desde sempre achei que era capaz de tudo. Achei, talvez ingénuo, ser catalisador de bons sentimentos, de compreensão, de paz, de fraternidade. Hoje olho para trás, agora que deixo estas palavras para que conste a minha mais profunda desilusão, e vejo que afinal fui apenas usado. Usado ao bel-prazer daqueles que enchem a boca para se dizerem justos, para se dizerem bondosos, amigos do seu amigo. Quase me dá vontade de rir, não estivesse eu tão triste, ao olhar para a desfaçatez com que as pessoas me têm sempre na ponta da língua, penso que num automatismo de defesa e de auto-ajuda, não sei explicar. Mas depois, num piscar de olhos, assumem atitudes de um completo bipolarismo.
No inicio, mesmo bem no inicio de tudo o que há, eu era Feliz. Mas durou pouco a minha felicidade, pelo que sou obrigado a concordar quando se diz que a felicidade é feita de momentos. De quando em vez, ainda há pessoas capazes de me surpreender, que têm uma existência desprovida de maldade, porém, nesta sociedade cada vez mais manipuladora e instigadora de lutas, disputas, seja de que ordem for, são cada vez menos os que conseguem erguer orgulhosamente o estandarte da dignidade, mas existem, e talvez tenha sido por esses poucos que eu fui aguentando, na certeza de que esses poucos mereciam tudo de mim, afinal se é o que preconizo, não posso simplesmente demitir-me das minhas funções.
Sou confundido tantas vezes com tantos outros sentimentos de índole mesquinha, negativa, que até eu me baralho. Onde é que eu errei? Onde fui displicente ao ponto de permitir que tomassem conta de mim desta forma, invertessem todo o sentido da minha existência e ainda por cima gritassem o meu nome a plenos pulmões, emoldurando para todo o sempre todo o mal que proporcionaram e servindo-se de mim para papel de embrulho.
Eu sei, falo com amargura, foi um desabafo, perdoem-me. Eu sei que não seria, jamais, capaz de desistir. Isso seria legitimar todas as coisas que vão contra mim, desiludindo, eu próprio, aqueles que ainda me crêem e ainda acham que eu posso mover um Mundo, que eu sou motor da Humanidade, e sim, catalisador do Bem. Ainda tenho alguma força dentro de mim para tentar, mais uma vez, junto daqueles que são mais fracos. Ajudá-los a perceber que se me utilizarem dentro dos fins a que eu me destino, e sob as pautas pelas quais me rejo, poderão à sua volta espalhar a minha essência, e eu prometo continuar a multiplicar-me quando partilhado, nunca perdendo a minha fé ou a minha Esperança, de que eu próprio posso vir a ser Feliz outra vez, quando olhar ao redor e sentir, que há muito mais pessoas felizes.
Ass:
amor @olhares.com por Jorge Vieira
Escrito para: Fábrica de Histórias
17 de fevereiro de 2011 às 23:46 �
Adorei! :)
Moon Dreamer
18 de fevereiro de 2011 às 20:26 �
Muito obrigada Moon Dreamer!
É sempre um incentivo a mais saber que quem nos lê, gosta do que escrevemos e nos tatua :)
19 de fevereiro de 2011 às 23:10 �
Lindo! E muito verdade...
Bom fim-de-semana!
20 de fevereiro de 2011 às 09:47 �
Olá Sónia!
Obrigada, podes crer, cada vez mais verdade, mas estamos na luta, alguns de nós estamos :)
Bom fim de semana também para ti, ou o que resta dele ;)
20 de fevereiro de 2011 às 21:29 �
Penso que chegámos a um ponto que nem o amor nos pode salvar. Vivemos num mundo como tão bem descreves em que o amor já não tem qualquer hipótese de vingar. Eu queria acreditar, mas tudo o que vejo à minha volta no dia a dia, faz-me deixar de crer.
Abraço
20 de fevereiro de 2011 às 22:40 �
Ónix,
Confesso que já estive descrente também, mas a vida mostrou-me que tenho tanta gente à minha volta que merece que eu continue a ter força e esperança, que eu decidi acreditar sempre e remar contra todas as marés... sempre a favor do Amor...
Um dia, poderei ser a única a erguer a bandeira, mas estarei orgulhosamente só... :)
Um beijinho
21 de fevereiro de 2011 às 00:01 �
É assim mesmo Natacha!!!
Já seremos duas! :-)
Boa semana!
21 de fevereiro de 2011 às 08:01 �
Um hino ao Amor, mais do que à Esperança...
21 de fevereiro de 2011 às 14:04 �
Sónia :)
Acho, bem no fundo, de que seremos muitos mais, a julgar pela amostra ;)
Tudo de bom!
21 de fevereiro de 2011 às 14:05 �
Pinguim...
O Amor tem sempre Esperança, mesmo que nem sempre pareça :)
Beijinho
21 de fevereiro de 2011 às 23:20 �
p.s.: não desistas!
gostei muito deste Amor, bjs
22 de fevereiro de 2011 às 00:01 �
Obrigada, Closet :)...
... pela tatuagem, pela presença e pela força ;)
Beijinhos
22 de fevereiro de 2011 às 13:50 �
Quando era pequeno, alguém que já cá não está dizia-me para ser sempre eu e não me deixar transformar ou influenciar pelo mundo mesquinho das pessoas que nos rodeiam. Assim faço! Reformulo, assim tento! Talvez o lado mau só exista para que o lado bom tenha a sua devida glória e razão de ser! Continuo sempre a acreditar. Obrigado pelo prazer que a tua escrita nos proporciona.
22 de fevereiro de 2011 às 21:26 �
Cláudio,
Sábia a pessoa da tua vida que te deu esse conselho, atrevo-me, e eu própria te digo, sem qualquer autoridade mas de coração, de que deves mesmo ser sempre tu próprio. Sim, eu também continuo sempre a acreditar, e juntos, todos juntos os que acreditamos, podemos operar a mudança necessária!
Obrigada, muito obrigada...
23 de fevereiro de 2011 às 22:49 �
Fantástica a tua história.. o importante é nunca deixarmos de ser genuínos..
Não serás a única a erguer a bandeira nem tão pouco estarás orgulhosamente só.. porque também eu e outro(s), como nós, estarão lá.. para que a palavra amar não perca a voz..
Um grande beijinho :)
23 de fevereiro de 2011 às 23:39 �
Olá Ametista :)
Também estou crente de que nunca estarei orgulhosamente só, não neste assunto específico :)
Porém cuidado, cuidado com quem ergue a voz para falar a palavra "Amar" sem nunca ter amado de verdade, ou sequer saber do que verdadeiramente se trata "Amar" em sentido lato :)
Obrigada e um beijinho
24 de fevereiro de 2011 às 00:04 �
A quem o dizes.. há quem soletre essa palavra de ânimo leve e não saiba o seu verdadeiro significado, mas consegue enganar na perfeição..
E mais não digo..
Beijinho :)
24 de fevereiro de 2011 às 10:21 �
Leonor,
No fundo são esses uns quem fica a perder :)
Beijinhos
26 de fevereiro de 2011 às 09:37 �
Mais vale tarde do que nunca! Cá estou eu a ler-te mais uma vez...com muito prazer:))
Beijinhos
cláudia
26 de fevereiro de 2011 às 16:19 �
Muito obrigada, Cláudia!
A tua presença é sempre bem vinda e ... nunca é tarde ;)
Beijinho