21:42
" A razão porque dói tanto separarmo-nos é porque as nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham estado e sempre o fiquem. Talvez tenhamos vivido milhares de vidas antes desta, e em cada uma delas nos tenhamos reencontrado. E talvez que em cada uma tenhamos sido separados pelos mesmos motivos. Isto significa que esta despedida é, ao mesmo tempo, um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio ao que virá.
Quando olho para ti vejo a tua beleza e graça, e sei que cresceram mais fortes com cada vida que viveste. E sei que gastei todas as vidas antes desta à tua procura. Não de alguém como tu, mas de ti, porque a tua alma e a minha têm que andar sempre juntas. E assim, por uma razão que nenhum de nós entende, fomos obrigados a dizer-nos adeus.
Adoraria dizer-te que tudo correrá bem entre nós, e prometo fazer tudo para garantir que assim será, mas se nunca nos voltarmos a encontrar outra vez, e isto for verdadeiramente um adeus, sei que nos veremos, ainda noutra vida. Iremos encontrar-nos de novo, e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não apenas nos amemos nesse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes.
Volta. Olha-me mais uma vez, dá-me só mais um abraço, beija-me por um segundo que seja. Sorri-me em toda a nossa cumplicidade, mostra-me de novo o paraíso no teu olhar. Enfeitiça-me ainda com esse perfume só teu, queima-me com os arrepios do teu toque. Faz-me rir, faz-me chorar, faz-me querer partir e não ir. Agarra-me, só para me largares no instante seguinte. Ri-te, chora - mas ri-te e chora comigo. Traz-me de novo sonhos pintados no céu, dá-me só mais uma vez a lua daquela noite, regressa para um único amanhecer apenas.
Odeia-me, ama-me; permite-me amar-te, odiar-te, sentir todo um turbilhão demente de emoções. Ignora-me, ouve-me, desaparece e chama-me. Traz-me essa tua voz tímida só mais uma vez. Esquece-me, não me ames... mas volta!
14 de janeiro de 2010 às 13:56 �
Encontrei e deixo para ti :)
"Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
Não sabia por caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
assim quero que possa ser sempre —
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" - Heterónimo de Fernando Pessoa
Bj aqui-ou-na-lua (F)
14 de janeiro de 2010 às 23:41 �
Beijos
15 de janeiro de 2010 às 12:54 �
Obrigada, André, por mais Fernando Pessoa.
E como dizia Bob Dylan: "The answer, my friend, is blowin' in the wind (...)"
Beijo
15 de janeiro de 2010 às 12:55 �
Robin K
Sentimento ambíguo o de receber estes teus beijos.
Bom, por saber-te por aqui. Estranho, ao mesmo tempo, porque me preocupam estes teus beijos.
Espero que estejas bem...
Beijo
19 de janeiro de 2010 às 13:46 �
Intenso "desprender amordaçado", ou melhor, "enforcado".
Beijos com Essências.
19 de janeiro de 2010 às 18:24 �
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
19 de janeiro de 2010 às 19:04 �
Lamento ter de eliminar o seu comentário "notícias", mas não é para este fim que o meu Blog se destina, nem aceito fazer parte deste tipo de divulgações. Faça-o no seu espaço, ou nos meios próprios, sendo que considero um abuso, ter usado o meu espaço, embora este seja público, para uma mensagem que nada tem relacionado com o teor do meu Blog e principalmente com este post.
Com isto não digo que estou contra o que estava escrito, ou a favor, mas aqui não quero este tipo de questões.
Obrigada
19 de janeiro de 2010 às 21:33 �
FM,
Adorei a tua interpretação, por tão correcta ser... é isso mesmo, um desprender, um deixar voar, mas num grito sufocado...
Grande beijo
27 de janeiro de 2010 às 13:41 �
Nunca li Nicholas Sparks mas até dá vontade agora! A juntar à lista de compras futuras! ;)
Beijo
28 de janeiro de 2010 às 09:01 �
Mas que loucura é esta de vida que nem sequer me deixa vir aqui e fruir as palavras lindas que por aqui correm plenas de força qual jovem rio no ímpeto de conquistar o mundo e chegar a ser oceano...
Vou ter de escrever à frente do nariz e andar sempre com o escrito - "Há mais vida para além do "Inferno Permanente"...
Adoro ter-te encontrado nesta vida.
Beijinho. Gina
30 de janeiro de 2010 às 08:58 �
Volta.......
Beijo
1 de fevereiro de 2010 às 00:07 �
Félix,
Quando se lê Nicholas Sparks, por mim falo, entramos dentro do papel sem sequer nos apercebermos. Com a continuidade, percebemos que é um pouco mais do mesmo e podemos até ser nós a escrever os finais, pois que já os conseguimos adivinhar... Mas nada disso tira a beleza e profundidade a estas palavras!!
... De longe, "as palavras que nunca te direi", o melhor...
Beijo grande
1 de fevereiro de 2010 às 00:08 �
Obrigada maniga, e como sabe o sentimento é recíproco :)
O IP dá cabo da genti :(
Beijokas
1 de fevereiro de 2010 às 00:08 �
Magnolia...
Volto SIM!!
Beijinhos