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Hoje, precisamente a esta hora, mas há um ano atrás, foi inaugurado o "Tatuagens": podem ver aqui
Este é essencialmente um espaço onde falo de mim e para mim, mas onde também gosto de interagir com quem por aqui vai passando. Alguns foram permanecendo, outros com muita pena minha foram desaparecendo. Outros vão passando, silenciosos... outros nem sequer sabem que existe...
Aqui tem eu, tem de mim, mas também tem muito de outros, dos que me são importantes, dos que gosto, dos que amo, do que me acontece, do que não me acontece, mas eu gostava que acontecesse, de sonhos, de angústias, de dores e sofrimentos, de alegrias... enfim... de Eu e de Mim.
Grata a todos, por me irem acompanhando...
Deixo-vos com Paulo Autran nesta fantástica declamação de um excerto do poema de Fernando Pessoa: O dia do meu aniversário...
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
[2009/09/01]
1 de setembro de 2009 às 01:07 �
Um ano de blog é uma sucessão não de postagens, mas de partilhas, de nos darmos e nos mostrarmos aos outros.
Por isso é sempre de comemorar, e eu tenho a maior satisfação de te acompanhar, não o ano todo, mas para aí metade dele; e devido acima de tudo a um excelente amigo comum, o S.
Um beijinho muito especial e a escolha do poema dito pelo Paulo Autran está perfeita.
1 de setembro de 2009 às 08:24 �
Um blog é assim um lugar de desabafos partilhados...
Beijo que eu espero visitar-te todos os dias
1 de setembro de 2009 às 14:46 �
Tchim tchim, pinguim ;) até rima!!
Muito feliz fiquei com a tua presença aqui, que seja sempre merecedora dela!!
Obrigada, beijito
1 de setembro de 2009 às 14:47 �
Magnolia,
Será para mim uma honra ter-te por cá, mesmo que esteja num momento em que não sei escrever - às vezes acontece-me ;)
Beijinhos
1 de setembro de 2009 às 16:30 �
Passagem "quase" obrigatória!
Cada dia, é mais rico com uma visita a este cantinho aromático de sentimentos, de emoções, de partilhas...
Obrigada Natacha por propocionares com excelente gosto(parecido com o meu... eh...eh...eh!),o recheio deste gostoso encontro.
Abraceijo meu.
1 de setembro de 2009 às 16:47 �
Obrigada eu, Gina!!
Recheio-o como sei, como sinto, às vezes de doce, outas de amargo, muitas de agri-doce...
... mas sempre acompanhado de... Eu
Beijo
1 de setembro de 2009 às 18:45 �
felicidades
obrigado.
pelo teu carinho.
pelos teus poemas.
quero seguir-te mais anos.
beijo...
1 de setembro de 2009 às 19:10 �
Sou eu quem tem de agradecer, braulio.
Por acharem que vale a pena!!
Beijo, obrigada ;)
1 de setembro de 2009 às 20:25 �
Olá Natacha!
Várias condicionantes têm feito com que ultimamente não seja tão participativo, mas passo por aqui de uma forma silenciosa com alguma regularidade e sempre muito prazer.
Hoje não podia deixar de passar para deixar os parabéns e os desejos de uma longa vida a este cantinho que consegue aproximar pessoas fisicamente tão distantes.
A escolha do poema que assinala a data não podia ser melhor... ;-)
Parabéns e felicidades
1 de setembro de 2009 às 21:10 �
Eu sei que passa sim, Fernando, e sei das condicionantes :)
Obrigada, sempre por TUDO.
;)
Beijosssssssssss
1 de setembro de 2009 às 21:40 �
Natacha, muitos parabéns então.:)
Ando sem pachorra para andar pelos blogs, incluíndo os meus. São fases...mas vendo este post tive que vir.
Lendo...denoto que não sei quando comecei o Letras e Sensações e o Toque de Alma. rs
Agora tb é o início do ano lectivo que promete ser cansativo, tal como o foi o anterior.
Muitos beijinhos e desculpa a minha ausência.
1 de setembro de 2009 às 21:43 �
Qual denota, qual carapuça.
*vejo
1 de setembro de 2009 às 22:45 �
Obrigada Ana,
Não te preocupes, às vezes acontecem estas fases de ausência, pode ser até uma necessidade e por isso não devemos contrariar.
Obrigada, mesmo, por ainda assim aqui teres vindo - é Bom ter-te por aqui, é bom visitar-te, sempre... demores o tempo que for ;)
Beijinhos
2 de setembro de 2009 às 10:01 �
Querida amiga muitos parabéns pelo aniversário deste cantinho, um espaço muito bonito da blogosfera. Continua por muito tempo e que nunca se extinga essa tua vontade de dar de ti.
Ah e a escolha do poema do Mestre está perfeita. Mais um poema fantástico.
um gde beijo
2 de setembro de 2009 às 14:51 �
Amora,
Cantinho muito mais bonito desde o momento em que o passaste a integrar. Espero também ter sempre algo de mim para dar ;)
Obrigada Amiga, grande beijo
2 de setembro de 2009 às 18:33 �
Ontem o teu blog fez um ano e o meu irmão fez 18!
Parabéns! Estou grato por te ter encontrado as palavras! Beijo grande!
2 de setembro de 2009 às 18:50 �
Félix,
Muitas Felicidades para o teu mano... ninguém faz 18 anos (risos)
Obrigada pelas tuas sempre simpáticas palavras ;)
Beijinhos
4 de setembro de 2009 às 16:41 �
PARABÉNS.
Mereces um Enorme Parabéns, não só pelo que compartilhas por cá, mas também pelo que ofereces nos "lá's".
Beijos e Obrigado.
4 de setembro de 2009 às 21:22 �
FM,
Nem sabes a alegria de te ver por cá... e por lá também!!!
Obrigada, Amigo!!
Beijo, com carinho