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Parque das Nações 07/2009


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade, in 'O Corpo'

[2009/08/20]

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12 Responses to "Ausência"

  1. João Roque Says:

    Belo poema de homenagem a quem "parte" sem se ir embora...
    Beijinho.

  2. Snl Says:

    Eu gosto de chamar à ausência saudade e/ou memória! Belo poema!

  3. Lídia Teixeira Says:

    lindo poema :)

    beijinho*

  4. Unknown Says:

    Precisamente pinguim...

    Hoje foi um dia de emoções muito fortes...

    Beijo

  5. Unknown Says:

    Félix,

    Como li algures e já tenho repetido nalguns comentários, "saudade é o amor que fica"...

    Um beijo para ti, já sentia a tua falta ;)

  6. Unknown Says:

    olá Lia*

    Como tudo o que conheço de Drummond de Andrade...

    Beijinho

  7. Braulio Pereira Says:

    vim dar.te um beijo.

    boa sexta feira...

  8. ana p Says:

    O que nos fica no coração é eterno...
    Beijo

  9. Seagul Says:

    Achei muito bonito o poema mas não pôde deixar de reparar donde é retirado :"O Corpo"
    Na verdade a ausência é só de corpos porque os espíritos podem estar sempre em união...
    Beijinho Natacha.
    Gina

  10. Unknown Says:

    Obrigada, braulio

    ... vais a meio ;)

    Beijo

  11. Unknown Says:

    magnolia,

    É isso mesmo!! ;)

    Beijinho

  12. Unknown Says:

    Gina,

    Não tenho dúvidas acerca disso embora amiúde ache que não é suficiente - mas depois consigo ultrapassar...

    Beijo

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