22:25
Ponham a tocar a Banda Sonora para o excerto que abaixo publico... e se a lágrima teimar em cair... para quê retê-la!?
"Encontro-me num silêncio doloroso.
As horas pesam-me mais do que a minha alma pode suportar. Porque não me respondes?
(...)
Perdi-me. Sem ti já não me reconheço. Como é possível que o amor nos faça e desfaça a seu bel-talante? Como é possível ficar em cinzas, sem acabar de arder? Por vezes, sinto medo de não poder continuar. Se ao menos me enviasses uma única palavra. Se me dissesses: «Não me fui embora, estou contigo.»
O teu rosto passeia-se pelas minhas noites cansadas; sinto-o flutuar entre as minhas pálpebras sem olhos.
Que dedo me apontou para ser eu o escolhido por este amor impossível?
Sinto-me mais longe de mim do que de ti. Vagueio por esta ausência tua com o meu corpo vazio e, quando penso que não existo, os meus olhos morrem de sede...
Quanto desejo voltar a ver-te.
Esta saudade é como um lodo espesso que me sufoca. Já não sei se vivia antes de ti, ou se comecei a morrer mal te vi.
O viver e o morrer juntam-se, num único acto.
(...)
Ainda continuas a pensar que um dia voltaremos a estar juntos?
Diz-me que sim. Que ainda pensas que viveremos juntos até mais além do penúltimo sonho ..."
Excerto de "O Penúltimo Sonho" Ângela Becerra,
Prémio Azorín 2005
[2009/05/17]
17 de maio de 2009 às 22:47 �
Lindo e com a banda sonora que escolheste torna-se magnífico! ;)
17 de maio de 2009 às 22:58 �
Deixaste-me sem palavras, com estas palavras, que possivelmente terão um significado especial para ti...
A música "encaixa-se" totalmente.
Beijito.
17 de maio de 2009 às 22:58 �
é forte!
e triste!
porque nem sempre há resposta! porque às vezes ninguém responde!
um grande abraço
17 de maio de 2009 às 23:09 �
F3lixP
A Banda sonora não foi escolhida ao acaso. No livro, é a música que ele lhe toca como uma serenata, noite adentro...
É um livro envolvente, um Romance muito bonito.
Obrigada pela tua tatuagem, um beijo
17 de maio de 2009 às 23:12 �
Muito especial, Pinguim!
Não concebo esta leitura sem esta música, porque como disse no comentário anterior, é realmente a Banda Sonora deste filme, desta história de Amor, e como disse o poeta:
"Todo o grande Amor só é bem grande se for triste"
Beijo
17 de maio de 2009 às 23:13 �
Paulo,
Às vezes é mesmo assim, um silêncio sufocante...
Beijo
17 de maio de 2009 às 23:14 �
Bonitas escolhas, a música e o texto, apesar de tristes...
Beijinhos!
17 de maio de 2009 às 23:16 �
Lampejo,
Há sempre algo de Belo na tristeza, mesmo que pareça uma contradição...
Beijos
18 de maio de 2009 às 06:03 �
Olá Natacha!
Texto fantástico de beleza... a boa escolha habitual...a música nem abri pela dificuldade que aqui tenho, mas como já conheço... ;-))
A tristeza sadia, digamos assim, tem a sabedoria de nos orientar até ao mais profundo de nós e de tudo que nos rodeia, onde se esconde o que é belo. Ir até lá é difícil e causa sofrimento mas traz-se a recompensa no regresso.
Beijo
18 de maio de 2009 às 09:14 �
Fernando,
Até porque, como reconheceriamos nós os nossos momentos de Felicidade, se não tivessemos experienciado momentos de profunda tristeza??
Por vezes, estas viagens tornam-se demasiado longas...
Beijo
18 de maio de 2009 às 14:16 �
Procuro não confundir tristeza com inflicidade. A tristeza pode até aparecer em alyuras de felicidade, e para ser tristeza não pode ser muito prolongada no tempo...
Beijo
18 de maio de 2009 às 22:23 �
Fernando,
Não sei se sei distinguir os momentos de tristeza dos de infelicidade...
Beijos
21 de julho de 2009 às 16:55 �
Segui a tua sugestão e vim ler....
È muito bonito....e eu adoro chopin.... as vezes encontramos palavras e musicas que nos expoem tão bem...
Beijinho Nat
21 de julho de 2009 às 21:32 �
Obrigada por teres vindo Magnolia!
É sublime, o tema de Chopin, e as palavras do texto. Sinto que me repito, mas é inevitável.
Beijo