11:45
Foi para ti que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei o sabor do sempre
Para ti dei voz às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito para me procurar
e antes que a escuridão nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos vivendo de um só
amando de uma só vida
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
7 de outubro de 2009 às 12:47 �
Belas folhas...
7 de outubro de 2009 às 12:53 �
Já me arrancaste um sorriso ...
Beijo
7 de outubro de 2009 às 14:52 �
" Foi para ti que criei as rosas, foi para ti que lhes dei perfume..."
Eugenio de Andrade
Beijinho
7 de outubro de 2009 às 18:06 �
A poesia pode ser, e é uma belíssima terapia.
Beijinho.
8 de outubro de 2009 às 21:42 �
Adoro Eugénio, magnolia :)
Beijinho
8 de outubro de 2009 às 21:42 �
É mesmo pinguim, definitivamente ;)
Beijo