Nunca fui uma criança com muita afinidade às bonecas tipo Barbie, ou na minha altura, a Tucha. Gostava dela, era morena para variar, mas não faziam o meu dia!
Eram chatas, não cooperavam no vestir e despir, davam uma trabalheira para tentar obedecer a todos os seus caprichos... a Tucha paraquedista, a Tucha exploradora, a Tucha isto, a Tucha aquilo... ficava tão enervada do tempo que perdia às vezes de uma forma inglória, para que elas não se envergonhassem da sua "mãe"... eu!! E depois tinha de arrumar todos aqueles acessórios, mooontes deles... 
Sempre que me ofereciam uma boneca deste género eu franzia o nariz, mas agradecia educadamente... quem não me conhecia bem não poderia imaginar o que eu sentia... 

Mas um dia ofereceram-me uma boneca de pano...

De quem eu gostava mesmo era da minha boneca de pano, a Rita, que tinha um cestinho de verga, tipo alcofa. Da minha boneca de pano sim, eu gostava mesmo. Ela não me fazia perder tempo com futilidades, e permitia-me apenas dar-lhe todo o carinho do Mundo e arredores, e senti-lo retribuído de volta.

Que saudades da Rita e das emoções vividas...

*Mas o que eu gostava mesmo era de brincar com os meninos, aos carrinhos, ao berlinde... brincar na rua, correr, saltar, trepar às árvores... enfim...

[2009/05/15]

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14 Responses to "Boneca de Pano"

  1. Eudemim Says:

    No meu tempo era mais a Nancy, mas nem me lembro de brincar com bonecas. Eu era mais as histórias do Walt Disney. Tinha um gira-discos e ouvia-as sem conta até saber as falas todas de cor, depois em frente ao espelho imitava os personagens todos. A seguir vieram as interpretações da Maia do Espaço 1999, a loira dos ABBA, enfim...uma verdadeira artista !!!

    Bjs de Hollywood

  2. Unknown Says:

    Eudemim,

    Lembro-me vagamente da Nancy, mas acho que era loira, e eu nunca gostei de bonecas loiras (risos)
    Também nunca fui muito de brincar com bonecas, era maria-rapaz mesmo, para a representação nunca tive jeito, mas para cantar estou cá eu!!

    Viva o Mundo das artes!!

    Beijos e bom fds

  3. João Roque Says:

    Pois apesar de ser como sou, nunca fui adepto de bonecas (nem de bonecos).
    Falas em algo que eu adorava fazer: jogar ao berlinde...e era perito.
    Beijinho.

  4. Snl Says:

    Este comentário foi removido pelo autor.

  5. paulo Says:

    os brinquedos são objectos tão especiais! percebo que te aconteceu isso com a Rita. e porque haverias tu de gostar de bonecas tipo Tucha, porque 'todas' as meninas gostavam dela?
    eu que sou o mais novo nunca tive realmente brinquedos nem outras crianças com quem brincar; e nunca me fizeram realmente falta porque os encontrava, fazia, construía a meu bel-prazer. a maior parte das vezes eram imaginários. mas lembro-me das minhas duas irmãs partilharem uma boneca... um dia a mais velha resolveu dar-lhe um arranjo ao cabelo, achando que cresceria... claro, a mais nova (escorpiã) deu-lhe uns belos açoites. e assim aprendeu que boneca não é como gente...
    abraço

  6. Unknown Says:

    Pinguim,

    Morei, na minha infância, na rua mais movimentada da Amadora, motivo pelo qual, os fins de semana e férias em Alvide (Cascais) na casa da minha tia, um sítio que parecia uma aldeia ao lado de uma Vila, eram a minha libertação. Brincar na rua era a minha paixão... isso perdeu-se muito por culpa do medo, porque tudo à nossa volta hoje constitui um perigo - tenho pena pelo meu filho...
    A Rita aconchegou-me na clausura da casa no meio da cidade...

    Beijo

  7. Unknown Says:

    F3lixP, (eta nick complicado - risos)

    Muito gosto em receber-te no meu tatuagens, já tinha espreitado o teu blog,lá voltarei.
    E tens razão, era mesmo isso, a genuinidade e simplicidade da Rita, faziam-na uma parceira.
    Numa fase mais tarde, passei a adorar fazer puzzles e era a "brincadeira "dentro de portas" que mais gostava, ficava horas!!

    Beijo

  8. Unknown Says:

    Paulo,

    Podes crer, se têm. E às vezes só nos apercebemos disso muito mais tarde...
    Na verdade brinquei muito pouco com bonecas. Fui uma criança que tirando as aventuras (e eram muitas) na rua, em casa optava por coisas calmas que exigissem paciência e concentração. Sempre fui fã de coleccionismo e muito organizada.
    A música foi algo também sempre muito, muito presente... até aos dias de hoje...

    Beijos

  9. Lusbelo Says:

    Fui ao fundo da memória procurar e não encontrei nenhum brinquedo que tivesse tido um significado especial... não me lembro mesmo de nenhum brinquedo que tenha tido. Ou não tive mesmo ou não foram suficientemente importantes para perdurarem em mim recordações deles...

    Gostava era de entrar na floresta tropical que me rodeava, procurar e apanhar morcegos, camaleões, escaravelhos, gafanhotos, grilos, borboletas e mais um sem nº de animais para fazer com eles o meu pequeno jardim zoológico. Outras vezes pela tardinha ia até um local estratédgico junto ao rio onde me escondia e esperava pacientemente a oportunidade de ver algum animal que fosse lá beber. Nas pouquíssimas vezes que isso acontecia, sentia-me por instantes a criança mais feliz do mundo.

  10. Seagul Says:

    A minha mãe também me fez uma boneca de trapos como se dizia na aldeia, mas não teve grande significado para mim. Gostar, gostar era de uma boneca que me calhou numa rifa da mercearia e que o Zé Cacheiro não me queria dar que só consegui depois de um berreiro infernal, eu que não era nada dessas cenas... mas a injustiça para as crianças (?) é o pior que lhe podem fazer...mas aprendi que não é só sorte que é preciso, é preciso lutar pelas coisas que queremos!
    Então era assim: uma boneca alta e esguia tipo Barbie mas com um vestido de "espuma" tipo espanhola salerosa... pirosérrima, mas era os meus encantos.
    Mas adorava muito mais o baloiço na figueira do quintal, onde fazíamos desafios de quem conseguia ir mais alto, subir até ao mais alto das 3 figueiras , e só eu e os passarinhos comíamos aqueles figos meio passados pelo sol... delícia das delícias... além disso, via e não era vista: quando a Sr.ª Isabel gritava por mim, eu estava a ler na figueira ou no sótão e só descia quando acabava a história... malandrices -quem as não fez?
    Mas era mais como o Paulo disse - improvisávamos os brinquedos - colheres e facas feitas de cana, garfos só com 2 dentes feitos de vides das videiras, "arroz" dos telhados temperado com colorau dos tijolos que se desfaziam... enfim, puxámos bem pela imaginação...
    Gina

  11. Unknown Says:

    Fernando

    Na verdade, também eram as brincadeiras de rua que mais me enchiam as medidas. Mas morando onde morava, não eram muitas vezes possíveis como eu desejaria.
    Sempre que nas férias estava em algum lugar "parecido" com campo, virava bicho do mato... ou da horta, mais propriamente... Adorava!!

    Beijo

  12. Unknown Says:

    Seagul,

    Sinto que perdemos tudo isso, as nossas crianças de hoje têm tudo já feito e o único trabalho que lhes dá é fazerem uma birrazita aqui outra acolá.
    As crianças, não "desvirtuadas", contentam-se com tão pouco, porque do pouco fazem muito, fazem tudo!! Mas as crianças de hoje, por variados motivos, já não são bem assim.
    Mas ainda assim noto a alegria do Tomás, por vezes com coisas muito simples, e fico feliz - muitas vezes somos nós pais que nos "ficamos" pelo mais prático e menos trabalhoso...

    Enfim...

    Beijos

  13. lampejo Says:

    Saudades de coisas boas :)

    Por acaso essas bonecas de pano são muito giras...

    Beijinho!

  14. Unknown Says:

    Uma certa nostalgia, lampejo.

    Estou curiosa sobre o que, mais tarde, o Tomás irá considerar um objecto marcante da sua infância...

    Curiosamente, no Natal, no meio de tanto brinquedo, o que ele mais apreciou foi uma daquelas bolas que parece que têm neve lá dentro, que a gente vira ao contrário e depois deixa cair - claro que é do "Cars", mas ainda assim não deixa de ser interessante!!

    Beijo

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