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A Torre de Babel (1563), Pieter Bruegel
Trapézio - Jorge Palma
Tristes daqueles que do alto da sua presunção julgam ter o mundo a seus pés. Vão subindo sem olhar a meios, cegos para os demais, intocáveis. Mas no fundo, na realidade, erguem castelos feitos de barro e que uma chuvada mais intensa depressa leva por terra. Pode até levar o seu tempo, mas nas construções da mais apurada engenharia, como no carácter de cada um e na forma de se relacionar com os outros, são os alicerces o ponto fundamental, a base de sustentação de um edifício, ou de uma relação.
Humildade, palavra desconhecida de tantos e que leva tantos outros no caminho certo, embora talvez mais demorado, mais duro, mais exigente, mas tão mais compensador. Quem não conhece a humildade conhece bem o orgulho, a soberba. Querer ser bom, ou o melhor não é só por si um defeito, se houver humildade.
Acredito por isso que tudo o que construí, e que aos olhos dos que constroem torres de Babel é nada, são os alicerces mais sólidos e não corrosíveis que a minha ingenuidade e, no entanto, perseverança, se orgulham de ter construído. Poderei não ter passado ainda dos alicerces, é verdade, mas não tenho pressa de chegar ao topo, não antes de ter aprendido a voar melhor...
Escrito para: Fábrica de Histórias
[2012/04/29]
30 de abril de 2012 às 14:40 �
A tua história retrata a verdade do fundo do ser humano em geral. Um fundo sem profundeza nenhuma, afinal..
Não mais que a ganância e a hipocrisia que abunda neste nosso mundo cão. Mas ainda há os que têm integridade (somos nós!)
Adorei. Escreves de uma forma única e estonteante..
Um grande beijinho :)
1 de maio de 2012 às 10:09 �
Querida Leonor...
Sem palavras para agradecer a tua simpatia :) Ando meio desinspirada, na verdade, mas o que somos, está sempre cá :)
Beijo enorme, assim que possível passo para te ler ;)
4 de maio de 2012 às 16:10 �
Fossem todos como tu:***
Cláudia
4 de maio de 2012 às 23:26 �
Querida, Cláudia :)
Um abracinho cá do fundo do coração ;)
Beijinhos