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Não é o que se me escapa das mãos que me inquieta, nem sequer o que escorrega entre os meus dedos.
Ainda que eu tente à viva força fechar com força a mão para não deixar que se ponha em fuga a matéria sólida que aparentemente é o foco da minha atenção, não é de todo esta fuga que me desassossega.
Atormenta-me a forma como sinto esfumar-se da minha alma o Ser que antes lá se tinha aconchegado, que por ela se tinha cativado.
Escapou ao meu entendimento aquele momento em que naturalmente outra alma que dividia o espaço, não ocupando por isso mais espaço, com a minha alma, seguiu um outro rumo, válido com toda a certeza. porém na minha alma sempre viverá.
Entristece-me no entanto a indiferença com que aos meus olhos, ou talvez mais ao meu coração, essa natural escolha acontece. A alma que fica sente por parte da alma que vai um desprezo que garantidamente não existe na alma que vai, mas o coração é emoção, não é razão.
Como diz o poema, "Após um tempo aprendemos a diferença subtil entre segurar uma mão, e acorrentar uma alma", porém quando na mesa estão desde o ínicio todas as cartas, quando se disponibilizam de coração aberto todos os caminhos para um percurso sob as estrelas, longe ou perto, fica difícil, mesmo para a alma mais disponível para entender...
Talvez um dia eu pergunte porquê, ou talvez não. Talvez um dia eu volte a acreditar...
Talvez um dia eu pergunte porquê, ou talvez não. Talvez um dia eu volte a acreditar...
Não pretendo e jamais pretendi acorrentar quem quer que seja pois isso é tudo o que é contrário ao Amor, e o Amor vive em mim.
Não pretendo e jamais pretendi ser dona da razão.
Talvez a minha pretensão mais audaz tenha sido a de querer fazer, ainda que por momentos, alguém feliz.
Talvez o meu maior erro tenha sido pensar que tinha conseguido.
Errar é humano e eu sou apenas humana...
[2011/07/15]
17 de julho de 2011 às 02:19 �
Olá Natacha
São tantos os porquês sem resposta...a vida nem sempre decorre como queremos.Se assim fosse...
Já tinha saudades dos teus textos mas tenho tido imenso trabalho, mal dá para vir aqui espreitar.
Bjimhos
17 de julho de 2011 às 23:14 �
Fico sempre muito feliz por ver aqui as palavras das pessoas que admiro e estimo, mas sou respeitadora de todos os silêncios e ausências :)
Obrigada por no meio de "tanto" pouco tempo :) retirares um pouco para vires até aqui.
Não procuro respostas, apenas queria que estas perguntas não se impusessem :)Não precisavam de se impôr ;)
Beijo enorme
17 de julho de 2011 às 23:46 �
Natacha, gostaria de não sentir tristeza nas tuas palavras, mesmo que delas nasça algo imensamente belo..
Tantas vezes a ingratidão da vida nos atinge..
Porquê..? Talvez as respostas surjam noutro lugar.. eis o mistério da vida..
Espero, do fundo do coração, que fiques bem..
Um grande beijinho com saudade :)
18 de julho de 2011 às 02:06 �
Olá Natacha, já tinha lido este post mas deixei-me ficar a pensar nele por um tempo...
«acorrentar» não rima mesmo com amor, mas acho que querer fazer feliz o outro também não. Amar para mim é uma entrega nossa de corpo inteira, irracional se quiseres, ao um outro que nos recebe e aceita. E aí sim, se ele estiver lá de braços abertos sentes-te feliz.
Como consegue que ele lá esteja??...bom, aí chama-me que eu acorrento-o se for preciso!! Estou a brincar, beijinhos
18 de julho de 2011 às 11:51 �
Repensar a vida e ganhar novas forças.
As coisas nem sempre são fáceis, mesmo quando o amor transborda... (meu post de hoje).
18 de julho de 2011 às 22:26 �
Querida Leonor, é tão bom ter-te aqui :) Já estava, novamente, com saudades tuas ;)
Sabes, evito, tenho evitado, escrever aqui precisamente porque não quero passar essa imagem a quem me lê, de tristeza profunda. Mas, por outro lado, aqui é o único canto para além destas 4 paredes que me cercam e sufocam, onde posso derramar seja o que for que vá cá dentro, tentando sempre, no entanto, gerir as palavras (ou nem tanto assim...).
Eu vou ficar bem, tenho essa como uma certeza!Obrigada!
Beijo enorme e espero do fundo do coração que te encontres melhor...
18 de julho de 2011 às 22:40 �
Obrigada, Sónia, por este sorriso que colocaste na minha face ao ler-te :)
Obrigada, minha querida, pelas tuas palavras. Para mim o Amor é sim querer ver o outro feliz, de preferência ao nosso lado claro, mas apenas pelo tempo em que se sinta feliz ao nosso lado. Isto não invalida que eu faça tudo o que está ao meu alcance para manter cativada a alma pela qual me encantei, mas se isso não for possível, então é porque não era para ser.
Não me queixo ou me arrependo de me ter entregue desta forma sempre tão inteira, não sei fazê-lo de outra forma, apenas não compreendo algumas coisas, mas eu já errei tanto na minha vida que não sou ninguém para apontar dedos :)
Um beijo enorme :) Gostei de ver a foto ;)
18 de julho de 2011 às 22:43 �
É isso mesmo amigo pinguim :)
Repensar a vida. Já fui espreitar o teu post e percebo, e sei, que todas as relações têm os seus altos e baixos, mas o Amor verdadeiro, até porque não conheço outro, ultrapassa todas as barreiras, e a distância, a geográfica pelo menos, não será a maior das barreiras. E ultrapassar barreiras não significa necessáriamente que duas pessoas que se amam fiquem efectivamente juntas.Mais difícil é quando a distância ultrapassa os limites da geografia ;)
Um beijo grande, e Obrigada.