00:18
Ingrid Michaelson - The way I am
Os pensamentos atropelam-se no espaço do tempo passado. Agora é um querer incontrolável de recuperar o tempo que se perdeu. Mas nunca se recupera, ficará para sempre um lapso na existência, de um tempo em que o vazio era um sentimento, ou melhor, em que o sentimento era vazio até de nada.
Nos contornos deste momento residem afirmações e emoções às quais deve ser dada toda a atenção. Não percamos mais o lugar na viagem dos nossos sonhos, não permitamos que pequenas pedras nos firam ainda que caminhemos descalços sobre elas.
Agarremos todas as oportunidades que a vida, distraidamente, nos concede. Não mais viremos a cara aos sinais do universo por medo de arriscar o passo em falso. Quando caiem todos os castelos de areia, lembrar-nos-emos de voltar a construí-los, mas de pedra. As pontes ao invés dos muros.
Não se aceita de volta o que nunca permaneceu. Não! Apenas se chega e se parte com a mesma naturalidade com que se adormece ou se acorda a cada manhã. Não há fraqueza no gesto de receber e de nos darmos. Ao contrário, as almas pequenas não entendem da grandeza de simplesmente amar sem amarras.
Querer também não é errado. Quero com todas as minhas forças! Quero a felicidade, minha e do outro, e dos outros, preciso dela como preciso do trinado dos passarinhos nos beirais, e do Sol a aquecer-me o corpo, da água para me saciar a sede, da terra, de pisá-la descalça e sentir a intensidade do seu calor, preciso dessa felicidade como preciso do ar para respirar, embora muitas vezes pense que respirar só atrapalha.
Os espaços em branco que precedem o hoje, e até mesmo os dias que se seguem, permanecerão para sempre em branco, para que eu lembre em dias que a minha alma plane, que sempre haverá dias em branco e tão depressa estamos no céu como descemos ao inferno sem qualquer controlo sobre o nosso sentir, sobre o nosso corpo, sobre as nossas emoções.
Hoje, existe em mim a ansiedade do primeiro dia. Da primeira vez. Voltaram as borboletas a habitar o meu estômago, e o meu corpo a estremecer a cada som, a cada palavra trocada, a cada toque imaginado. Os sorrisos renascem, e o brilho no olhar perde a opacidade dos dias em branco. Não penso, não falo, limpo a minha mente e permito-me apenas dar e receber e sentir este sentir tão intenso.
Por me sentir assim, quase consigo transformar a escuridão que me assombrou os dias, no mais belo dia de primavera, pincelado por umas gotas de chuva traçando um arco-íris. Não sei o que virá nem me importa. Não sei se é certo ou errado e não quero nem saber.
Quero apenas VIVER e SENTIR.
[2011/06/09]
12 de junho de 2011 às 14:38 �
Venho ler e deixar um beijo :)
13 de junho de 2011 às 10:58 �
Obrigada pela presença Mag!
Beijo ;)
19 de junho de 2011 às 11:27 �
Olá, Natacha
Simplesmente tocante..
Tinha saudades de entrar no teu cantinho e respirar o ondular das tuas palavras..
Um grande beijinho :)
19 de junho de 2011 às 21:20 �
Querida Leonor, é com muita, mas mesmo muita, alegria que te vejo regressada... e espero que bem e para ficar.
Ansiosa por voltar a perder-me na magia dos teus textos e acredito que as palavras, elas próprias, sintam o mesmo!
um grande beijinho e obrigada por me tatuares...
21 de junho de 2011 às 01:16 �
Eu é que agradeço, querida Natacha..
Por aqui, perco-me eu.. é demasiado bom ler-te :)