quadro nas paredes do restaurante "3 quinze dias"

... passou grande parte da sua vida não sendo criança por dentro, carregando responsabilidades que mais ninguém via mas que interiormente a perseguiam.
Sim, a criança em mim brincou, correu, foi rebelde, riu à gargalhada e chorou desalmadamente.
Fez birras como ninguém, sempre se feriu por dentro com as palavras e atitudes dos outros, sempre aguentou firme toda e qualquer dor fisíca, sem uma lágrima ao contrário das outras dores, as de alma, que sempre provocaram dilúvios...
A criança em mim sempre se emocionou com as manifestações da natureza, fossem elas de violência ou de calmaria, um mar bravo ou um pássaro trinando no ninho, as estrelas no céu, o cheiro da terra molhada, mexer-lhe, sentir a chuva no rosto, pequenas felicidades que poderão ser tonterias para muitos.
Sempre se engrandeceu com os sorrisos sinceros, os olhares profundos, as notas musicais, uma mão na outra mão cheia de sentir...
A criança em mim teimou toda a vida em acreditar, continua a teimar, continua crente de que não tem preço essa criança que reside dentro de nós e de que a ingenuidade ou a genuinidade ainda podem ser armas fortes, contra todas as evidências, neste mundo castrador, falso, e cheio de nadas.
A criança em mim fica muitas vezes triste, mas alegra-se sempre que encontra alguém como ela, alguém que vê e percebe que "só com o coração se vê bem, o essencial é invisível para os olhos...."

[2010/10/09]
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2 Responses to "A criança em mim..."

  1. João Roque Says:

    É tão bom continuar a sentir a criança dentro de nós, não é?

  2. Unknown Says:

    Sem dúvida, não tem explicação ou preço!!

    beijo

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