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Rio de Mouro/1977

Ao que parece, a criança destemida, como sempre fui descrita, também tinha medos em pacanina... E pelos vistos... da sombra.
Como explicar a uma criança que aquela coisa que anda ali no chão colado a ela, não passa da sua imagem reflectida!?

Hoje, as sombras que atemorizam são outras, são de outra ordem. Podem tornar-se tão intensamente intrusas, absorventes, endérmicas que parecem em determinados momentos vestir-nos os dias e a alma de cinzento. Trazem ansiedade. Incrível como estas sombras nos podem perseguir mesmo se não está Sol, mesmo se o Crepúsculo já avança ou a Aurora não desponta.

Nestes momentos sentimos, não só as nossas dores, mas tomamos as dos outros e estamos com a sensibilidade à flor da pele. O local de trabalho parece ter um qualquer repelente de boa disposição, as pessoas estão desprovidas de paciência, de benevolência e de compreensão - é assim que começam muitas Guerras...

Mas eu não quero Guerras, não sou uma pessoa de Guerras - armo-me sim, do meu melhor sorriso, sabe Deus com que dificuldade - e lá vou, para mais uma tarde que vai terminar... só não sei a que horas...

[2008/09/18]

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