Não quero que ninguém me venha incomodar esta tarde. Estou a pensar em ti.
Todo o esforço é pouco, toda a atenção não basta. Penso em ti que chegas das mais diversas maneiras e não tenho modo de controlar por inteiro. Apareces ali e depois saltas para muito longe no tempo ou no espaço, baralhando-nos as vidas. Ouço-te dizer uma frase que não chegas a completar porque pelo meio irrompe uma recordação mais apressada. O melhor é deixar vir o que tem de vir porque tentar fixar uma imagem é condená-la a desaparecer, ensaiar uma recordação é afastá-la para longe, correr o risco de para sempre a perder.
Pensar em ti é um mágico jogo em que continuas a brincar comigo para além da minha vontade.” (…)
Pedro Paixão in “Amor Portátil” - Pág. 49
[2008/09/29]
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