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Fotografia @ Olhares.com
O que sente a onda quando se divide e espalha toda a sua energia de encontro a uma rocha?
Como se sente quando, de um todo imenso, apenas restam as partes, que invariavelmente se reunem e são resgatadas de novo pelo todo?
Qual a sensação de ser rasgada, esfacelada contra as faces cortantes de um rochedo. Não é como a onda que se espraia na areia, suave, ou mesmo com mais força, que parece derramar a sua alegria aos nossos pés...
A força do Mar que se debate, que luta, que se atreve por vezes de forma brutal contra a costa, pode ser bela, uma demonstração de poder, uma força da Natureza, ter consequências nefastas ou apenas proporcionar momentos de extrema beleza...
Será que cada gota de água do imenso mar tem a noção do que é no seu todo, quando se encontra dispersa numa rebentação? É alegria ou é dor?
Gostava de ter noção das minhas partes, ainda que não saiba o que é o meu todo, ter consciência do abstracto de mim, mesmo sabendo que em tudo eu sou concreta...
[2008/10/01]
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