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Pedro Abrunhosa - Pontes entre nós


Depois, nada se extingue com a partida. [é assim que cantam as chamas dentro do meu peito]
No depois acendem-se de novo as ausências, como se em permanência me quisessem castigar - sorrio-lhes! - Porque não é disso que se trata.
Depois, chegas de novo e deixas-me continuar a sonhar. Para sonhar, embalo-me na tua pele como se quisesse os teus sonhos a papel químico no meu corpo. Sonha comigo os mesmos sonhos para que depois, retornemos ao plano das emoções longínquas, de todas as estradas que nos separam e de todas as pontes que existem entre nós.
Depois, retiro-me no odor inebriante do teu corpo e perpetuo o teu abraço de alma. E os meus olhos sorriem o sorriso mais puro da sintonia. É sempre assim, depois.
E depois, queima-se-me o corpo, arde-me a pele da falta e dentro do coração todos os pássaros acordam e levantam voo, e as veias que me riscam o ser quase desatam a chorar. [é assim que o sangue me corre cá dentro]
Depois, fico eu. [a tua...]
Depois, ficas tu. [o meu...]

Para sempre, depois...

[2012/05/11]

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