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Everybody hurts - REM
Gosto por norma de vivê-los, de sorri-los, de lançar o meu arguto olhar sobre eles, enchê-los seja do que for. Uns dias de gargalhadas, outros de lágrimas, outros ainda com as minhas rabugices, ou com as minhas dúvidas. Dias há em que sequer suporto o ardor que me provoca a roupa sobre a pele, como se tivesse apanhado algum escaldão na praia onde não fui para não ter que te chorar, e noutros dias apetece-me largar todas as roupas que me vestem a pele e sair gritando ao Mundo o meu sentir.
Outros, não em menor quantidade, vou ao baú, retiro de dentro dele momentos e sorrio deliciada no colo das recordações, acabando por adormecer embalada pela melodia que nasce dos teus dedos, enquanto dedilhas o meu corpo. Ou então, baixinho, vou entoando a letra daquelas canções que partilhamos e uma lágrima desce, acompanhando a cadência da música, enquanto o coração absorve as letras que alguém escreveu, inspirando-se, garantidamente, na nossa história.
Gosto de te ver por aí, no dia a dia, espalhando essa magia envolvente de que és feito, em cada palavra que lanças, e na forma como as conjugas deixando tantas almas sensíveis, cheias. Sinto cá bem dentro de mim um orgulho tão invisível quanto indomável a crescer e penso, o meu amor é lindo... mesmo que não seja minha a pertença do orgulho, também não é algo que possa evitar, porque tu ainda és eu e eu serei para sempre tu...
Os dias são impiedosos.
Não há um dia que passe em que não vislumbre a imagem do teu sorriso para mim. Isso não me deixa triste, longe disso. Não podia ser maior a alegria. Ver o reflexo de mim em ti. Os dias não me fazem esquecer, nem sequer me fazem mal-querer, bem pelo contrário.
Porque um dia, cruzei a minha vida com a tua vida. Foi de tal ordem o cruzamento que deixará para sempre a lembrança de alguém maior, porque “ser poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens…”
Os dias são impiedosos porque não te devolvem.
Porém, simplesmente aceito a liberdade dos dias, partilho esta aceitação contigo e vivo com saudade sim, mas também com tranquilidade.
Nada espero, nada quero, nada exijo… vou continuar apenas… sentindo…
[2011/05/25]
26 de maio de 2011 às 00:41 �
Alguns dias são impiedosos, mas outros não o são de todo.
26 de maio de 2011 às 15:45 �
Os meus têm sido, meu amigo, mas não para me castigar e sim para me ensinar :)
27 de maio de 2011 às 22:25 �
Desta vez sou eu que te aplaudo de pé...simplesmente fantástico. É bom ler-te!
Beijinhos
27 de maio de 2011 às 23:34 �
Querida Ónix... é tão bom ter-te aqui, obrigada pelas palavras que sempre me aconchegam a alma...
Beijinhos
28 de maio de 2011 às 11:18 �
É tão profundo o teu sentir… Fica difícil comentar, as minhas palavras e por mais que me esforce, tornam-se insignificantes perante tamanha altivez de sentimentos. Um grande beijinho Natacha. Bom fim-de-semana.
28 de maio de 2011 às 18:33 �
Cláudio...
Não digas isso, as tuas palavras são sempre tão profundas, que tenho a certeza de que nada que saia de ti é insignificante. Pelo menos para mim, ler-te é sempre como um brilho imenso do Sol rasgando um céu muito nublado... muito obrigada!
Um grande beijinho para ti também e um bom fim de semana
31 de maio de 2011 às 02:05 �
Só agora consegui comentar este texto que já tinha lido e gostei muto. Talvez porque também me retrate nele, "Os dias são impiedosos" sim, são muitas vezes, também sinto esse peso comigo. Beijinhos (shame on me a estas horas....! o meu dia tem 48h!!)
31 de maio de 2011 às 11:48 �
Olá Closet, que bom ter-te aqui! (sorrisos)
Vejo que és uma noctívaga :) Obrigada pela tatuagem nestes impiedosos dias...
beijo grande para ti
21 de junho de 2011 às 01:02 �
Querida Natacha, a tua sensibilidade extrema deixa-me sem palavras.. que dizer perante a grandeza da tua alma..?
Escreves maravilhosamente..
Um abracinho grande :)
21 de junho de 2011 às 23:43 �
Bem, Leonor... a mim é que já faltam mesmo as palavras para te agradecer o carinho e incentivo e, curioso, mas a amizade :) Obrigada!!!
Beijo grande,