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... é tudo esquecimento @olhares.com por Carla Salgueiro
O esquecimento não existe, ou não poderíamos falar dele, ou do que alegadamente esquecemos, pois ao falar estamos a recordar e não se recorda o esquecimento. O que existe é a memória selectiva, aquela que nos permite filtrar os acontecimentos, os momentos, as situações, as circunstâncias, de acordo com o nosso padrão de bem estar. O que existe é o perdão para que possamos ultrapassar situações e seguir em frente, nunca o esquecimento. O que existe é a consciência, que nos permite assumir erros, crescer com eles, mas nunca esquecê-los. O que existe é a permanente construção do que somos alicerçada por todos os momentos que jamais cairão no esquecimento, porque o esquecimento não existe. O que existe é um arquivo no subconsciente que nos permite gerir, melhor ou pior, as nossas vivências de acordo com o estado de espírito do momento, e é por isso que só devemos mexer em momentos arquivados quando temos reunida toda a energia positiva para o efeito.
Eu não conheço o esquecimento, ou, em última análise, esqueci-me de esquecer.
Na assunção do comum conceito de esquecimento, o que poderei dizer?
Posso dizer que nunca esqueço esse olhar
que se fecha sobre mim num carinho sem fim,
que me guarda dentro dele, que percorre, brilhando, cada poro da minha pele branca, num gemido de amor.
Não me esqueço, das palavras que me ditam as tuas mãos,
quando com sabedoria, invadem o meu corpo e conjugam o verbo Amar, vezes sem conta e sempre na primeira pessoa.
Posso dizer que me lembro bem,
do cheiro da tua pele quando encosta na minha,
do teu sabor quando me beijas,
Do teu peito onde gosto de brincar e passear os meus dedos,
onde me deito como quem se refúgia no lugar mais seguro.
Lembro-me bem, meu Amor, das nossas longas conversas, dos nossos sorrisos e gargalhadas,
de tudo o que despertas em mim em cada sintonia descoberta,
do bater do meu coração junto do teu,
de estarmos sempre juntos,
em cada abraço que nos aperta e em cada distância que nos desperta.
Das lágrimas reprimidas ou do queixo a tremer,
dos Porto e Moscatel brindados a dois,
Dos presentes trocados bem além do material,
dos duetos tocados por ti e cantados pelos dois.
Nem sequer me esqueço de que quando partes, te esqueces de ficar...
Mas se o esquecimento não existe, então é porque ficas,
porque te lembras sempre de onde te deixaste, e voltas sempre para te encontrares!
Não me esqueço, jamais, do que temos e do que somos,
Não me esqueço, jamais, do que temos e do que somos,
11 de dezembro de 2010 às 02:15 �
Eu diria que é mesmo imperioso não esquecer NUNCA!
11 de dezembro de 2010 às 11:57 �
O esquecimento não existe? Vai lá dizer isso a um doente de Alzheimer! (rindo)
Sendo assim, vou quebrar o meu silêncio e dar a minha opinião em relação à tua escrita. Eu simplesmente amo o que escreves e por isso venho sempre aqui espreitar. Aproximo-me com calma, por vezes silencioso, mas sempre com intuito de alimentar a minha alma porque és uma pessoa de sentimentos profundos e transmites isso em pleno, através da tua escrita. As tuas palavras não sobrevivem quando expostas ao ar; elas saem de dentro, bem do fundo e seguem de imediato para dentro, bem para o fundo de quem as lê. São como tatuagens que se cravam e que quase sempre as vivo e torno minhas. É isso que define «a pessoa que escreve bem».
11 de dezembro de 2010 às 19:24 �
E eu concordo em ABSOLUTO contigo, amigo Pinguim ;)
Beijo
11 de dezembro de 2010 às 19:29 �
(risos) acredites ou não, já sabias que ias mencionar o alemão ;), mas eu falo do esquecimento das pessoas que não sofrem de qualquer doença, ok!?
Bom... agora deixaste-me assim... sem palavras! Obrigada! Muito obrigada é o que me ocorre. Gosto de te saber aqui, mesmo quando estás em silêncio, a tua presença enriquece o meu espaço, e a minha pessoa.
E no que refere à forma da escrita... tu sabes o que acho da tua, é um privilégio enorme poder ler-te também :)
Beijo
18 de dezembro de 2010 às 18:35 �
Inspirada nas palavras "alimentar a alma" que o Cláudio utilizou lembrei-me de te dar um olá e de te dizer que em "os meus favoritos" designei aqui há uns bons tempos atrás, o acesso ao teu blog por:
"Alimento para a alma"
é claro que tb tenho o outro ...
Beijos. Gina
18 de dezembro de 2010 às 22:10 �
Maniga,
Há quanto tempo não a via por aqui. Saudades muitas.
Obrigada pelas palavras tatuadas no meu coração :)
Beijosssssss